Estudo sobre dízimo
Com certeza um dos assuntos mais polêmicos e de
maior controvérsia da igreja cristã. Seque aqui a minha opinião sobre o
assunto. Não significa que esta seja a verdade a ser seguida, mas este é o meu
ponto de vista. Espero receber outras opiniões. Envie um email dizendo qual é
seu ponto de vista. www.paulinhogospelfunk.xpg.com.br
Como era dado o dízimo no Antigo Testamento?
O costume de dar o dízimo não se originou com a lei
mosaica. Em Gênesis 14 vemos que depois de Abraão ter socorrido Ló, na batalha
dos reis, ele recebeu visita de dois reis. O primeiro foi o rei de Sodoma, que
veio para expressar sua gratidão, e o segundo foi Melquisedeque, o rei de
Salém, que veio abençoá-lo e (v 17-20) e Abraão lhe deu o dízimo de seus
despojos.
De todos os Judeus foi requerido que pagassem
dízimos da semente da terra, o fruto da árvore, a erva e o rebanho (Lev
27.30-32). Esste dízimo não está relacionado a dinheiro. Somente o dízimo que
Abraão deu a Melquisedeque estava relacionado a bens materiais, aos lucros que
ele adquiriu quando venceu a batalha dos reis.
Os Judeus deviam entregar seus dízimos aos levitas
(Nm 18.21s). que cuidavam do templo (Nm 18.21-24), que por sua vez apresentavam
“uma oferta alçada ao Senhor” que representava o dizimo dos dízimos (Nm 18.26),
que tinham de ser dados ao sacerdote, conforme Num18: 25-28. (ver também Ne
10.39).
Os dízimos deveriam ser levados ao lugar que o
Senhor escolher (Dt 12.5s, 17s), isto é Jerusalém e seu oferecimento deveria
tomar a forma de uma refeição ritual, em que o levita também tomava parte (Dt
12.7-12). Em cada terceiro ano o dizimo deveria ser oferecido na própria
localidade do dizimista para que os mais necessitados também comessem e se
saciassem (Dt 14.28s).
Esta era a prescrição da Lei. Lei esta que Jesus
Cristo nos libertou através de seu nascimento, morte e Ressurreição. O
sacerdócio levítico acabou, "se, portanto, a perfeição houvera sido
mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que
necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem
de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? Pois, quando
se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei" (Hb.
7:11-12). "O sacerdócio levitico acabou, mudou-se a lei, o sacerdote agora
é o Senhor Jesus" (Hb. 7:11-19). "Concluímos, que o homem é
justificado pela fé, independente da obediência à Lei”. Rm.3:28. “E é evidente
que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da
fé”. Gl.3:11. “Não anulo a graça de Deus; porque, se a justiça vem pela lei,
Cristo morreu inutilmente”. Gl.2:21. “Vocês que procuram ser justificados pela
Lei, separaram-se de Cristo, caíram da graça.”. Gl.5:4.
O que isso para a igreja de Cristo?
A Lei que Obrigava os judeus a darem os dízimos da
semente da terra, o fruto da árvore, a erva e o rebanho como prescreve a Lei de
Moisés não existe mais. Estamos libertos deste ritual. Porém, devemos lembrar
que Abraão deu dízimo de seus despojos a Melquisedeque, antes mesmo da Lei de
Moisés ter originado.
Jesus identificou Melquisedeque como sendo o
Messias (Mc 12.35s), Se Jesus é o Messias, então ele é “sacerdote para sempre
segundo a ordem de Melquisedeque”. Conforme aclamado no Salmo 110.4. Essa é a
conclusão que teve o escritor da epístola aos Hebreus, declarando a
superioridade de Melquisedeque sobre Abraão, e por causa disso, ficou
estabelecida a superioridade de Cristo e de Sua nova ordem, sobre a ordem
levítica dos tempos do Antigo Testamento. (ver Hb 5.6-11, 6.20-7.28).
Com essa conclusão dada por Paulo, então o dízimo
dos lucros que Abraão deu a Melquisedeque, representa claramente o príncipio
sobre dízimo na nova ordem do Novo Testamento.
Melquisedeque é superior a Abraão, Cristo e Sua
nova ordem, é superior a ordem levítica dos tempos do Antigo Testamento. (ver
Hb 5.6-11, 6.20-7.28). Portanto os Dízimos de nossos lucros passam a pertencer
ao Senhor Jesus, A igreja cristão, que agora recebe os dízimos, não mais sobre
os 10% da produção dos filhos de Israel, mas sobre 10% dos rendimentos Filhos
de Deus, para mantimento e conservação do templo.
O dízimo de Abraão apareceu, na história do povo de
Deus, 400 anos antes da lei. Abraão pagou dízimo quando estava na
incircuncisão, isto é, quando ainda era gentio. portanto o dízimo nada tem
haver com a lei no tocante a sua origem, pois surgiu muito antes dela.
Arranque-se da Bíblia todo o conteúdo da lei e ainda fica o Dízimo, na sua
íntegra exatamente na parte que nos toca a fé e a justiça de Abraão, de quem,
espiritualmente, descendemos.
O Significado Melquisedeque no Antigo Testamento
está em seu sacerdócio universal e ilimitado, mostrado em Hebreus 7.3, em seu
duplo ofício de “rei-sacerdote, e em seu nome (Hb 7.1-2). Ao dar o dízimo a
Melquisedeque, Abraão reconheceu que Deus era o verdadeiro Deus, e que o
sacerdócio de Melquisedeque era verdadeiro e eterno.
O Senhor Jesus Cristo nos mandou entregar os
dízimos?
Jesus não foi contra a cobrança legal Dízimo, nem a
favor, mas sim indiferente. Ele advertiu aos Judeus a continuar dizimando.
Porém não mais como o preceito mais importante a ser seguido. Em Mateus 23.23
Jesus falou aos fariseus. “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque
dais o dizimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciados os
preceitos, mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé; deveis,
porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas”. Mt. 23:23.
Jesus deixou claro que Ele vaio para cumprir a Lei,
e libertar seu povo de todo o cerimonial exigido pela Lei. "Não penseis
que vim revogar a lei ou os profetas; não vim revogar, vim para cumprir” Mt.
5:17. “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou
um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” Mt. 5:18. Jesus cumpriu
toda a lei. “Porque o fim da Lei é Cristo, para justiça de todo aquele que
crê”. Rm. 10:4.
A Lei do dízimo conforme exigida na Lei acabou, mas
a igreja agora segue o exemplo de dizimar conforme fez Abraão a Melquisedeque.
Não como o mandamento mais importante a ser seguido e quanto à obrigatoriedade,
o princípio supera a regra. Paulo diz aos Romanos que “a força do pecado está
na lei”, ou seja, posso dizimar por obrigatoriedade, mas com o coração distante
ou com outras motivações. O princípio, neste caso, não é cumprido, pois as
intenções do coração se divergem do ato externo. E a incompatibilidade entre o
interno e o externo foi à principal crítica de Jesus aos hipócritas e fariseus
de seu tempo. Como disse Jesus: “Os preceitos, mais importantes da lei: a
justiça, a misericórdia e a fé”.
Em Atos também podemos ver exemplos de como os
primeiros cristãos ofertavam.
“Todos os que creram estavam juntos e tinha tudo em
comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos,
à medida que alguém tinha necessidade”. At. 2:44-45. Até Barnabé que era levita
e que segundo a Lei tinha direito de receber os dízimos não os recebia, pelo
contrário, ofertava aos apóstolos, provando assim mais uma vez que essa Lei
chegara ao fim. “José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que
quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, como tinha um campo,
vendendo-o, trouxe o valor e o depositou aos pés dos apóstolos”. At. 4:36-37.
“Cada um contribua segundo tiver proposto no
coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com
alegria”. II Co. 9:7 .
A contribuição deve ser feita de forma voluntária,
com alegria e devoção a Deus. “Porém agora estamos livres da lei porque já
morremos para aquilo que nos mantinha prisioneiros. Por isso somos livres para servir
a Deus não da maneira antiga, obedecendo à lei escrita, mas da maneira nova,
obedecendo ao Espírito de Deus. Rm 7:6
“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também
como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós
ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que
se não façam coletas quando eu for”. I Co.16:1-2. O apóstolo Paulo nunca mandou
ninguém fazer sacrifícios, leia acima: “conforme a sua prosperidade”.
Ofertar traz prosperidade?
Esse também é um motivo em que muita gente erra. O
contribuir espontaneamente para obra do senhor é recompensado por tesouros
celestiais. Preferirias tu ter seu tesouro na terra, onde perecerá, ou no céu,
onde o gozarás eternamente? Porém muita gente se esquece de lembrar que levar
ofertas até o altar tendo alguma coisa contra o seu irmão de nada aproveitará.
“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão
tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro
reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”. Mt.
5:23-24 .
Leia também :Provérbios 11:24-25, Mateus 6:19-21,
Lucas 12:33
“Mande que façam o bem, que sejam ricos em boas
ações, que sejam generosos e estejam prontos para repartir com os outros aquilo
que eles têm. Desse modo eles juntarão para si mesmos um tesouro que será uma
base firme para o futuro. E assim conseguirão receber a vida, a verdadeira
vida.” 1 Timóteo 6:18-19.
O dizimo não é mais uma obrigação, mas um preceito,
e a oferta muito menos deve ser dada por interesse. Afirmações como: “Vou dar o
dizimo para não ficar desempregado, vou dar o dizimo para eu não ser castigado
por Deus, Vou dar o dizimo para ficar rico, prosperar financeiramente” são
afirmações erronias e rejeitadas por Deus. A Oferta deve ser dada com gratidão
sem se pensar em qualquer tipo de retorno da parte de Deus e não deve ser dado
simplesmente por medo de não ser abençoado.
Quem Malaquias chama de ladrão por causa do dizimo?
Para estudar a professia de Malaquias, devemos
comparar com a história de Neemias. Depois de reconstruir os muros de Jerusalém
em 52 dias e fazer a renovação da aliança mosaica em 444 a.C., Neemias volta à
corte de Artaxerxes e permanece na Babilônia por 12 anos. Durante sua ausência o
sumo sacerdote Eliasibe tomou algumas salas de depósito do Templo e transformou
em apartamento para Tobias, que é amonita (Nee 2.19; Dt 23.4) e isso não
agradou o povo que acabou deixando de lado a Lei de Deus.
Foi neste período que Malaquias profetizou (432
a.C.) e denunciou essa indiferença e pregou contra essas práticas. “E agora
essa advertência é para vocês, ó sacerdotes. Se vocês não derem ouvidos e não
se dispuserem a honrar o meu nome… lançarei maldições sobre vocês… Vocês se
desviaram do caminho e pelo seu ensino causaram a queda de muita gente; vocês
quebraram a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos. (Ver Malaquias 2.-19).
Suas palavras foram dirigidas também ao povo e
desprezadas pelos sacerdotes. Visto como as câmaras tinham sido usadas como
aposentos para Tobias, o povo já não estava mais contribuindo para o templo. No
capítulo 3 o Senhor pede ao povo, que continue a dizimar em sua casa para que
não falta mantimentos, pois essa atitude fez com que os levitas para poderem se
sustentar voltassem para suas fazendas e abandonassem o templo de Deus (Neemias
13:10-11). Para isso, Malaquias advertiu o povo de que a falta de dar os
dízimos era o mesmo que roubar ao Senhor, e fez promessas ao povo que voltasse
a dizimar e ofertar, e Deus fez uma promessa aos Judeus que abriria portas no
céu para derramar bênçãos sem medidas. Porém, apesar das advertências de
Malaquias, somente quando Neemias voltou a Jerusalém em 430 a.C., os erros
foram corrigidos conforme Nee 13.10-11.
Quem é o “devorador” que a Bíblia fala?
Outra coisa que devemos lembrar é que existe um
espírito chamado devorador e que muitos pregam por engano que a única maneira
de expulsar o espírito devorador da vida dos cristãos é entregando os dízimos e
as ofertas conforme Malaquias 3:10,11.
Como já mencionamos, o dízimo não é investimento
que traz retorno da mesma espécie. Também não é moeda de troca com Deus, do
tipo: “eu dou o dízimo e o Senhor me retribui com prosperidade”. Também não é
escudo contra o mal em nossas vidas.
Porém quando ofertamos espontaneamente ou
devolvemos o dízimo de nossas rendas como gratidão a Deus, estamos adorando o
Senhor, reconhecendo, na prática, que Ele tem cuidado de nós e continuará
cuidando. Com isso adquirimos sabedoria e temor do Senhor, o que é muito mais
valioso que qualquer bem material. O homem rico, sem Deus é pior que o pobre
com Deus. Qual é o fim do milionário que morre sem o Temor de Deus no coração?
O gafanhoto devorador, na maioria das vezes, nada
mais é do que conseqüência de decisões e atos errados de nossa parte, que nos
trazem prejuízos. Por exemplo: Compras mal feita ou por impulso; falência ou
perda de bens por imprudência, divórcios, doenças, acidentes, etc., tudo
conseqüência da falta de sabedoria e temor do Senhor.
Em alguns casos o gafanhoto devorador pode também
ser obra de Satanás, mas ainda assim decorrente, principalmente, do pecado e da
infidelidade espiritual, que é a iniqüidade. Quando o homem anda em retidão
junto ao Senhor, é Ele próprio quem luta e derrota nossos inimigos, inclusive o
devorador: “Se vocês lhe obedecerem e fizerem tudo o que ele mandar, eu lutarei
contra todos os inimigos de vocês.” (Ex 23:22).
Jesus Cristo disse “Eis que vos dou poder, e tu
pisaras TODA obra (poder) de Satanás”. A autoridade que Jesus nos deu sobre as
obras de Satanás está no contexto do evangelismo. Quando estamos fazendo a
vontade de Deus, isto é, pregando o Evangelho a toda criatura, anunciando o
Reino de Deus, temos este poder e somos guardados por Deus. Importante, porém,
é saber que esta proteção refere-se à nossa própria salvação e não a coisas
materiais, porque isso não tem valor para Deus.
Há muitas pessoas que crêem que deixando seus
dízimos todos os meses na igreja estarão protegendo todos os seus bens do
devorador e se decepcionam ao baterem seus carros ou serem roubados ou qualquer
outra coisa do gênero. Pensar dessa forma é um verdadeiro engano do qual as
pessoas devem ser alertadas para não perderem sua fé diante dessas situações.
Paulo, o discípulo mais fervoroso de Jesus, freqüentemente passava
necessidades, fome, frio, nudez, perigos de toda espécie, mas a sua salvação
foi garantida porque ele foi fiel. Os discípulos de Jesus, freqüentemente, não
tinham dinheiro nem mesmo para dar uma esmola aos pobres, como a Bíblia relata
em Atos cap.3
Conclusão.
O tema “dízimo” continua sendo alvo de muitas e
clássicas controvérsias geralmente de procedência hermenêutica, ou seja, má
interpretação do texto bíblico. Nossa vida espontânea diante de Deus deve
superar a regra com base na consciência e principalmente, na voluntariedade.
Eu acredito que hoje podemos ir além do dízimo em
virtude da gratidão e crescente consciência em Deus em nós. Precisamos fazer a
obra, construir igrejas para acolher as pessoas que precisam ouvir a palavra de
Deus. Todo investimento feito na obra é bem aproveitado. Uma igreja bem
construída e confortável é um benefício que será desfrutado por nós e por
nossos filhos. É um patrimônio nosso que será deixado para nossas futuras
gerações.
Devemos lembrar também que a igreja tem gastos com
Conta de luz, água, aluguel, acentos, pintura, impostos, sexta básica aos mais
pobres, construção de novas igrejas e o sustento dos missionários no campo. Uma
igreja de porte médio não se mantém em pé com menos de 10 mil reais por mês
considerando os gastos expostos acima.
Para finalizar, leia a promessa feita aos
gentios: “Prevendo as escrituras que Deus justificaria os gentios pela
fé, anunciou primeiro as boas novas a Abraão: Por meio de você todos os povos
serão abençoados, assim os que são da fé são abençoados junto com Abraão, homem
de fé.” Gl. 3:8-9.
Os gentios são abençoados na fé e não no dizimo.
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”. Ef. 1:3 .
Na Lei, o DÍZIMO era a causa principal da bênção do
povo judeu e a bênção era consequência deste DÍZIMO (Malaquias 3.10) A maneira
certa do povo judeu contribuir na LEI era dando o Dízimo para ser abençoado.Na
GRAÇA, o Sacrifício de Cristo é a causa principal da bênção do povo cristão.
Já somos abençoados em Jesus, temos que conhecer a
palavra.
Fiquem na paz.
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